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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

                                          NATIVIDADE, TOCANTINS - BRASIL

Cidade de Natividade em Tocantins


Com a chegada de imigrantes portugueses nessa região, no século XVIII, a procura de ouro, o Arraial de São Luiz foi edificado no topo da Serra, pelas mãos dos escravos, cerca de quarenta mil, trazidos por esses desbravadores. Em 1734, o Arraial foi fundado por Antônio Ferraz de Araújo.
Quando, em 1770, o ouro do lugar já não atendia mais a demanda, os moradores desceram a serra, vindo formar um novo Arraial chamado de Natividade, nome dado graças à devoção dos moradores por Nossa Senhora de Natividade.
A região foi povoada pelo Português Manoel Ferraz de Araújo, que descobriu na serra que denomina a cidade, por volta de 1734.  A 22 de julho de 1901, foi criada a Comarca de Natividade, instalada em 23 de dezembro de 1905. Em 1930, deu-se a supressão de Comarca de Natividade.
Foi criada com o termo e Município do mesmo nome, desmembrada da Comarca de Porto Nacional,  conforme o Artigo 8º, das Disposições Constitucionais Transitórias.
Rodeada por belas serras, composta por deslumbrantes obras arquitetônicas, banhada pelo Rio Manoel Alves e por diversas piscinas naturais encontradas em pontos variados das serras, Natividade passa a ser cidade em 01 de junho de 1891.
Obras arquitetônicas foram edificadas, como a Igreja de Nossa Senhora de Natividade, Igreja de São Benedito, Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Igreja de Pedra) e diversas residências, feitas de blocos de barro e pedras, que hoje compõem o Centro Histórico de Natividade. E em 26 de agosto de 1833 foi concedido o título de vila.
Tendo como maior riqueza, o povo, com muita simplicidade, donos de uma culinária única, que contam suas histórias, causos e lendas nas portas das casas, grandes artesãos que produzem relíquias em ouro e prata, os nativitanos estão sempre prontos para receber todas as pessoas que se interessa em conhecer a mais antiga e bela cidade do estado do Tocantins. 






  Século XVIII: Igreja Matriz Nossa Senhora da Natividade



A Igreja Matriz do município de Natividade, uma das mais antigas do Tocantins, é datada de 1759. Seus cultos são dedicados à devoção de Nossa Senhora da Natividade. Natividade, termo referente a nascimento, ficou em Portugal reservado para indicar o nascimento da Virgem Maria.
Com a criação do Estado, a população de Natividade junto com o clero tocantinense desenvolveu uma campanha para tornar Nossa Senhora da Natividade padroeira do Estado. Dom Celso Pereira de Almeida, bispo diocesano de Porto Nacional, enviou, em março de 1992, solicitação ao papa João Paulo II expressando o desejo dos devotos de Nossa Senhora, de vê-la consagrada padroeira do Estado.
A solicitação foi aceita pelo Vaticano em 29 de maio de 1992 e em 15 de agosto do mesmo ano dom Celso divulgou oficialmente durante a Romaria do Bonfim, em Natividade, Nossa Senhora da Natividade padroeira principal do Tocantins. A festa a Nossa Senhora da Natividade, na igreja Matriz, é realizada de 30 de agosto a 8 de setembro, dia escolhido para ser dedicado em todo o Estado a homenagear Nossa Senhora da Natividade. No município de Natividade durante os festejos acontece o novenário.
A imagem de Nossa Senhora de Natividade, santa padroeira do estado do Tocantins fica localizada na Igreja Matriz da cidade. No dia oito de Setembro é comemorado seu dia, com os festejos da padroeira, realizado no largo da Praça da Matriz.






Século XVIII: Igreja São Benedito


Das três igrejas existentes em Natividade, a de São Benedito é a menor em estrutura física, mas isso não a faz menos importante que as outras. A igreja possui estilo jesuítico. Acredita-se que foi construída pelos escravos e possivelmente pela irmandade de São Benedito, mas ainda não foi encontrado nenhum documento oficial que comprove a existência dessa irmandade em Natividade.
É possível que a Igreja de São Benedito tenha sido construída ainda nas primeiras décadas do século XVIII, época em que Natividade vivia a opulência do ouro. O período histórico e a devoção ao santo fazem-nos acreditar que a igreja tenha sido construída e freqüentada pelos negros que vieram para região para trabalhar nas minas de ouro. Segundo relatos orais, a igreja funcionou normalmente até l928, quando foi desativada, voltando a ser utilizada com mais freqüência em 2000. De 1984 (data da primeira restauração) a abril de 2000, a igreja era utilizada apenas nas datas festivas em que se incluía procissão em evento realizado na igreja matriz.




Século XVIII:   Igreja de Nossa Senhora do Rosário




Ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário
O que seria o templo dedicado à devoção a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos chama a atenção pela sua opulência, grandiosidade e beleza, todo erguido em pedra. Sob a atual denominação de ruínas, sua dimensão pode ser observada pelo que restou das paredes laterais, do arco da entrada feito em pedras e tijolinhos e também pelos alicerces em pedra canga, embora grande extensão dessas tenha sido retiradas para abertura da avenida defronte à igreja.
As ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário, conservada ao longo dos séculos, sofreu um processo de intervenção em 1992, através do Iphan/Pro-Memória, e o arco foi restaurado evitando um possível desabamento. Em 1996, sob a gerência do Iphan, foi realizado outro trabalho de restauração em toda a extensão da ruína e um projeto urbanístico para o seu entorno, quando recebeu uma iluminação especial.
Segundo relatos de viajantes, esse templo começou a ser construído pelos escravos no século XVIII. Da obra ficou concluída a capela-mor, o arco da entrada principal e suas laterais o que pode ser observado através do desenho de William John Burchell que percorreu o Brasil entre 1825 e 1829.
A devoção a Nossa Senhora do Rosário teve origem em Portugal. Desde os séculos XV e XVI eram sob a invocação dessa santa que se congregavam os negros. As razões da escolha de Nossa Senhora do Rosário como protetora dos negros não são muito claras, mas sua popularidade fez criar em quase todas as cidades portuguesas igrejas onde havia imagens da virgem a quem se atribuíam milagres.
Frei Agostinho de Santa Maria acreditava que através da imagem de Nossa Senhora resgatada em Argel foi dado início ao culto, levando os negros a escolherem essa invocação.
No Brasil, a celebração a Nossa Senhora do Rosário está quase que restrita às irmandades negras. Em Natividade, há relatos sobre uma irmandade do Rosário, mas não foi possível comprovar este fato historicamente.
Alguns afirmam que à medida que os negros iam construindo o seu templo, ofereciam presentes aos seus deuses e divindades, colocando em suas paredes ou enterrando em seu interior ouro em peça ou em pó, armazenados em garrafas ou potes de cerâmica.
As conseqüências dessas informações passadas de geração em geração podem ser observadas nas paredes das ruínas com vários furos, resultado de ações de pessoas que, dizendo sonhar onde estava o ouro, perfuravam as ruínas.


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