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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

TOCANTINS


                                           Tocantins

Sonho alimentado durante quase dois séculos pela população que habitava o norte do antigo estado de Goiás, a criação do Estado de Tocantins veio dar um importante impulso ao povoamento do centro-norte do Brasil e abriu uma nova frente de desenvolvimento rumo ao interior do país, numa região de economia predominantemente agropecuária.
O estado de Tocantins, na região Norte, ocupa uma área de 278.421km2. Limita-se a oeste com o Pará e o Mato Grosso, ao sul com Goiás, e a leste com o Maranhão, o Piauí e a Bahia. Sua capital é Palmas.

Geografia física

  • Geologia e relevo

A maior parte do Estado de Tocantins encontra-se a menos de 500m de altitude e caracteriza-se por grandes superfícies aplainadas de rochas cristalinas e sedimentares. Quatro unidades integram o quadro morfológico: (1) o planalto cristalino do Araguaia-Tocantins, a região mais elevada, que ocupa o sul do estado, com altitudes de 300 a 600m; (2) o planalto sedimentar do nordeste, composto por um conjunto de chapadas de arenito e lençóis de basalto na área limítrofe entre o Maranhão e Tocantins; (3) o planalto sedimentar do São Francisco, um vasto chapadão arenítico situado ao longo da divisa Tocantins-Bahia; e (4) a planície aluvial do médio Araguaia, entre Tocantins e Mato Grosso, uma antiga planície de inundação, com periódica deposição de aluviões, onde se encontra a maior ilha fluvial do mundo, a do Bananal.

                                Ilha do Bananal

  • Clima e hidrografia

    Predomina no Estado o clima do tipo (clima de savana, com inverno seco e chuvas de verão), com médias termométricas que variam entre 25°C, ao norte, e 22°C, ao sul. A pluviosidade média anual é de 1.600mm, concentrada no período do verão. A rede hidrográfica do estado de Tocantins é formada principalmente pelos rios que correm para o rio Tocantins ou seu afluente, o Araguaia. De regime tropical, esses rios têm cheias e vazantes de acentuado contraste, mas não experimentam seca, pois o subsolo poroso garante a infiltração e o armazenamento de água.

    • Vegetação

    Os campos cerrados, vegetação predominante, recobrem mais de noventa por cento do território do Estado. As manchas florestais resumem-se praticamente aos vales dos rios Tocantins e Araguaia. Neste último, as matas assumem, por vezes, a forma de cerradão, transição entre o cerrado e a floresta.

    • População e rede urbana

    Após sua criação, em 1988, Tocantins alcançou, em algumas regiões, taxas de crescimento superiores a vinte por cento ao ano. A população se concentra nas cidades cortadas pela rodovia Belém-Brasília. Situado no centro do país, Tocantins tornou-se importante meio de integração das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O norte do Estado pode servir como base de povoamento da Amazônia e fornecedor de alimentos para a região nordeste do país. O sul de Tocantins sofre influência de Brasília, Goiânia e do sul da Bahia. As principais cidades do estado são Araguaína, Gurupi, Palmas, Miracema do Tocantins e Porto Nacional.   
    Economia

    • Agricultura e pecuária

    Predominam em Tocantins as culturas de subsistência. O principal produto é o arroz, com boas perspectivas de desenvolvimento devido a projetos de irrigação como o do rio Formoso, no sul, ligado à Belém-Brasília por 45km de estrada pavimentada. Seguem-se o milho, o feijão e a soja. A construção da rodovia Belém-Brasília impulsionou a agricultura na região, mas a modernização desse setor econômico, no início da década de 1990, esbarrava na enorme concentração da propriedade de terras no estado: menos de dez por cento do número de propriedades rurais correspondiam a mais de metade da área ocupada por estabelecimentos agropecuários. A ferrovia Norte-Sul, projetada para cortar a região mais pobre do Estado, o vale do Tocantins, barateará o escoamento da produção, com a conseqüente redução dos preços dos fretes. No vale do Araguaia, a porção mais rica do Estado, concentra-se a criação de gado bovino, destinado principalmente ao corte, e suíno.

    •  Extrativismo

    Entre os produtos minerais do Estado de Tocantins, destaca-se o cristal de rocha. Há também depósitos de bauxita, calcário, cassiterita, gesso e ouro, mas o potencial mineral permanece inexplorado. Tem importância econômica também a extração de babaçu, mamona, pequi, castanha-do-pará e madeira de lei (mogno).

    • Indústria

    Em 1986, das dez mil indústrias localizadas no antigo estado de Goiás, apenas 726 estavam no território do atual Tocantins, e a maioria processava produtos alimentícios. O índice de industrialização era, portanto, muito reduzido, mas a criação do novo Estado atraiu grandes empresas para Araguaína -- o principal centro industrial -- e Gurupi. A diversificação da economia tocantinense encontra como seus principais obstáculos a distância do Estado com relação aos grandes centros consumidores e o frágil mercado local. A produção industrial baseia-se em algumas empresas de médio porte e numa grande quantidade de microempresas. As principais atividades industriais são a fabricação de móveis, manilhas, telhas, tijolos, calcário, cimento, produtos metalúrgicos leves e madeiras para a construção.

    • Energia

    O potencial hidrelétrico do Estado, ainda não totalmente explorado, concentra-se na bacia dos rios Araguaia e Tocantins. No início da década de 1990, seis usinas hidrelétricas, entre as quais Isamu Ikeda, Lajes e Lajeado, geravam sessenta por cento da energia que abastecia o Estado. A usina de Cachoeira Dourada, instalada no rio Paranaíba (Itumbiara GO) é outra importante fonte de energia para o Estado.  

    • Transporte
    O Estado de Tocantins é cortado de norte a sul pela rodovia Belém-Brasília (BR-153 e BR-226, que alcança Estreito MA). Pela BR-320, não pavimentada, tem-se acesso à região do Bico do Papagaio, no extremo norte do Estado. As demais ligações entre os municípios do estado são feitas por estradas vicinais, em precárias condições de conservação. A Transamazônica cruza o extremo norte do Estado.
    Cultura
    • Entidades culturais
    A Universidade do Estado de Tocantins (Unitins) divide-se em vários centros regionais. Porto Nacional sedia os cursos de saúde pública; Araguaína, o de medicina veterinária; Miracema, os de administração pública e formação de professores; Gurupi, os do complexo agrícola; e Palmas, os cursos de engenharia e tecnologia.
    • Monumentos
    Entre os principais monumentos do Estado de Tocantins estão a catedral de Nossa Senhora das Mercês, construída em 1904 pelos padres dominicanos em Porto Nacional; a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Negros, em Natividade; e a Igreja de Nossa Senhora da Consolação, erguida no final do século XIX, em Tocantinópolis.
    • Turismo 
    As paisagens naturais e as cidades históricas estimulam o desenvolvimento do turismo no Estado. A principal atração é a ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, formada por uma bifurcação do rio Araguaia. Com cerca de 20.000km2, um território no qual correm numerosos rios e que inclui a lagoa Grande (uma das maiores do Brasil), tem pesca abundante, que atrai turistas do país e do exterior. A ilha abriga o Parque Indígena do Araguaia, habitado por índios carajás e javaés, e, no norte, o Parque Nacional do Araguaia, destinado a preservar a flora e a fauna locais. As praias dos rios Tocantins e Araguaia e a lagoa da Confusão, perto de Cristalândia, são outros centros de atração. As principais cidades históricas são: Porto Nacional, Natividade e Monte do Carmo. Natividade é considerada a capital cultural do Estado e preserva em seu casario e ruas estreitas traços da arquitetura característica do ciclo do ouro (séculos XVIII e XIX). Também integram o circuito do turismo cultural do Estado os garimpos, os aquedutos usados na lavagem do ouro, o quilombo da Chapada e algumas festas tradicionais, como a romaria do Senhor do Bomfim, em Natividade.

     

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