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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

(História) Conteúdo do 1ª Série - Ensino Médio

(1ª Série - Ensino Médio)
Norte Goiano: Mineração e Pecuária


    A partir das primeiras décadas do século XVIII teve início o processo de ocupação econômica de Goiás, com base na exploração aurífera que havia se desenvolvido segundo orientações da política mercantilista do Estado absolutista português. A mineração atendia aos seguintes interesses externos:
* político – fortalecimento do Estado nacional português;
* econômico – objetivava a acumulação de riquezas por parte da burguesia.
    Com a exploração das minas de ouro, surgiram os primeiros núcleos de povoamento na região norte de Goiás, nos idos de 1730, destacando-se Natividades (1734), Traíras
(1735) e São José (1735).
    A mineração enquanto fator de estímulo á ocupação do norte goiano (capitania de Goyaz), deixou um saldo disperso e irregular, com exceção da região de minas, que permanecia despovoada em todo Vale do Araguaia e extremo norte de Porto Nacional, até o estreito do Maranhão.
    A exploração das minas  prosseguiu ao longo do século XVIII, com indicativos de decadência já nos anos de 1750 com uma situação de queda gradativa da produção de ouro, atingindo, no anos 1770, uma situação bastante crítica.
    Outra atividade de ocupação econômica foi a pecuária, que abriu as pastagens naturais, ao norte, tornaram-se um forte atrativo para os criadores de gado do Maranhão e do Piauí que, ao longo do século XIX, se desenvolveram e alcançaram autonomia e maior força na região, graças, principalmente, ao declínio da exploração de ouro e do incentivo da Coroa portuguesa na concessão de semarias.
     Graças á expansão da pecuária, surgiram novos centros urbanos como Palma, São José do Duro, São Domingos e Arraias.
     Além da pecuária, são considerados, ainda, como fatores importantes no processo de ocupação econômica do extremo norte goiano, as guerras de Independência, em 1822, as rebeliões do Segundo Reinado, as lutas sertanejas e as secas que castigaram as regiões nordestinas neste período.

 Escravidão

O Escravo Africano

     O índio foi a primeira tentativa de mão de obra escrava no Brasil. Depois, comerciantes e europeus descobriram o negócio lucrativo com exportação da mão de obra africana. Adquiriam o açúcar, o tabaco, o ouro, o couro de boi, no Brasil e os trocavam por escravos da África.
     Na verdade, o escravo africano estava sujeito ao tratamento que o senhor branco lhe quisesse dar. “Foi colocado como produto de uma vasta engrenagem de produção e foi forçado a se submeter a ela”. Ante a menor falta, podia ser vitima de revoltante brutalidade: tronco, golinha, o relho de cinco pontas, marcado com ferro em brasa na testa com alerta “F” inicial de fujão. Em caso de reincidência, cortar -se -lhe-a uma orelha.
     No Tocantins o Negro foi a base de mão de obra na mineração de ouro de Natividade, Arraias, Conceição, Chapada, Monte do Carmo. Trabalhou na cana, no fumo, no algodão, quando o ouvidor Joaquim Theotônio Segurado , ao lado do brigadeiro Felipe Antônio Cardoso, resolveu desenvolver a navegação mercantil no rio Tocantins com a praça de Belém do Grão-Pará. O negro praticou a agricultura de subsistência, exerceu ofícios variados, fez o serviço doméstico.
       “Mas do que pés e mãos do patrão, foi pés e mãos do Brasil”. Ao ser maltratado, o negro reagiu sempre que pode –fugindo, assassinando , rebelando-se.  A exemplo de outra regiões do Brasil, aqui no Tocantins, os negros evadidos de seus senhores fundaram vários quilombos na fase de mineração do ouro (século XVIII), mas terminaram aculturando -se como  criadores de gados transplantados do Nordeste brasileiro.  Para o leitor nestas ribeiras, fato curioso chama atenção para o elevado índice demográfico de negritude na população tocantinense. Essa pigmentação e originaria das dezenas de milhares de africanos das minas de ouro.
 Sistema Estadual de Comunicação e Secretaria de Educação do Estado do Tocantins
(Conhecendo e Fazendo o Tocantins)
Redação e textos complementares: Otavio Barros da Silva
 Secretaria de Comunicação do Estado do Tocantins Fundação Cultural
(Tocantins História Viva)
Redação: Otavio Barros da Silva
 Apostilha: Diego Amorim

                      Povoamento do norte Goiano (atual Estado do Tocantins)

         A colonização do Brasil se deu dentro do contexto da política mercantilista do século XVI que via no comércio a principal forma de acumulação de capital, garantindo principalmente através da posse de colônias e de metais preciosos.
        Além de desbravar, explorar e povoar novas terras, os colonizadores tinham também uma justificativa ideológica: a expansão da fé cristã. “Explorava-se em nome de Deus e do lucro”. A preocupação em catequizar as populações encontradas era constante.
        A colônia brasileira, administrada política e economicamente pela metrópole tinha como função fornecer produtos tropicais e/ou metais preciosos e consumir produtos metropolitanos. Portugal, então iniciou a colonização pela costa, privilegiando a cana-de-açúcar ou seja, quase duzentos anos depois começando a buscar por outras fontes de renda. “A Coroa passou a investir nas expedições “Entradas”, “Descidas”, e “Bandeiras”.
       1. Entradas: Expedições oficiais. Respeitavam o Tratado de Tordesilhas.
       2. Descidas: Expedições organizadas pelos padres para capturar índios para suas missões.
       3. Missões: aldeamentos fundados pelos padres para catequizar os índios.
       4. Bandeiras: Expedições organizadas por particulares. Não respeitavam o Tratado de Tordesilhas.

 O Norte de Goiás

     O Norte de Goiás deu origem ao atual Estado do Tocantins. Inicialmente, norte de Goiás foi denominativo atribuído somente á localização geográfica dentro da região das Minas dos Goyazes na época dos descobrimentos auríferos, no século XVIII. Com referência ao aspecto geográfico, a denominação perdurou por mais de dois séculos, até a divisão do Estado de Goiás, quando a região norte começa a ser conhecida como Estado do Tocantins.
      Num segundo momento, com a descoberta de grandes minas na região, o norte de Goiás passou a ser conhecida como uma das áreas que mais produziram ouro na capitania. A constatação despertou o temor ao contrabando que acabou fomentando um arrocho fiscal maior que nas outras áreas mineradoras.
       Por último, o norte de Goiás começa a ser visto, após a queda da mineração, como sinônimo de atraso econômico e involução social, gerador de um quadro de pobreza para a maior parte da população. A região foi palco primeiramente de uma fase  vivida pelos seus exploradores que em quinze anos  abriram caminhos e estradas, vasculharam rios e montanhas, desviaram correntes, desmataram regiões inteiras, rechaçaram os índios, exploraram habitaram e povoaram uma área imensa.
      Descoberto o ouro, a região passa de acordo com a política mercantilista do século XVIII, a ser incorporada ao Brasil. O período aurífero foi brilhante, mas breve. E a decadência quase sem transição sujeitou a região a um estado de abandono.
      Foi na economia de subsistência que a população encontrou mecanismo de resistência para se integrar economicamente ao mercado nacional. A integração embora lenta, foi se concretizando baseada na produção agropecuária que predomina até hoje e constitui a base econômica do Estado do Tocantins.

Tocantins História Viva.

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